quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Estudo em campo ampliado


[poema em diálogo ecfrástico com o quadro “O semeador” (1888), de Van Gogh]


 As Labaredas de fogo do sol
querem nossos corpos
(pós-destruição)
tingidos de vida em leve toque de laranja
Amarelo azul anil entre outros tons verdejantes

Toque pontilhado em
cada membro
que se esconde à sombra
de uma árvore envergada
segue Desejando todas as chamas

As chamas que desejam 
nossas culturas
em crescimento
Sazonal
para floração
matinal

na paleta de tintas
Sementes coloridas

E clari-enfáticos
Violetas derramados
num fim de tarde em brisa 
querem recompor o breu do presente 
com a retomada do brilho
Incorpóreo
que paira no movimento
Humano

A Tarde cai
trabalhando 
contornos de silêncio
nos olhos recônditos

E quem a vê quer
dar nome 
e chamar 
Amanhã 
de 
⠀⠀⠀⠀uma

⠀⠀⠀⠀⠀Clara 
manhã




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