sexta-feira, 8 de outubro de 2021

 




Habitat remoto



Há no país uma legenda
:
sol [vezes] 600.000 mortes [mais] lua 600.001 sol [menos] lua 600.002 [divididos] pelo 
espaço sobre o tempo em algum nicho
mas há resistência, só tentam reconciliação?
vidas, quantos olhos vêem sonhos, na janela, a voar com capital de números__


o que há de esburacado na rua da feira faz parte do
trânsito entre épocas, irresolutas
quantos passados habitam o futuro e a gente não pode viver lá --
no sem tempo?
no mundo de hoje, deste solo à vista, esburacado, seu cerne sob um asfalto de pesado 
aspecto como 2020 elevado a 2021, sua natureza-substância-seu minério basilar, 
desconheço;
e
repete o pedido: um hálito de luz!


quantos olhos ve.. ou são sombras dos passos de quem vai cedo _ descendo_
para o ponto de coleta do Andaraí,
não tem idade, aterrados de esterqueiras
tão valiosas quanto algumas carnes de dias outros
faltam suas vozes nos livros, talvez
falta a cor da liberdade, destrinchando a artificialidade da sucata da boia do plástico 
(alguns objetos nossos alguns são) no sentido de haver pá-
papéis, novas formas sociais dentro dum dia Vívido, talvez


sabe que quero o girassol quero cumprir uma etapa e mais outra e sabe que sempre mais 
outra
e um outro sangue a fecundar a terra de Saúde de
imaginá- rios
sem presenciar a saudade e a mesma falência de séculos:


aquela coisa espessa
que é leite, sangue… não sei.



quero outro sangue
ele que, podendo,
vai fecundar a terra

_|_