“Nélida Piñon
Madeira feita cruz” (sem data), de Clarice Lispector - óleo sobre tela. Diálogo ecfrástico
Luto
Noite de Cruz e
aroma de flor:
não dormida,
aguardando o
Espelho Límpido,
qual sonho de outro sonho
Após a morte:
Neste silêncio e abandono: tal aperto E sem garantias procuro o
horizon-
te no arado
eterno de
23:33 ainda
Luto luto luto
Quase não existe
não há fruta
há verme
mas vivo
na graça do nimbo
às cegas ] jurando
Anônima com
fragilidade [ Cravar no solo meus dentes
de pantera negra;
Triplamente; no cavalar;
do tempo_Tocando
as palavras
proibidas
com o prazer do
sorriso calmo
ainda que eu no
luto e com a
Verdade em pinho
de Riga
descreva o
semblante de meu
desespero e esta
fraqueza:
o espaço en-tre, alegria, 00:11,
não vencida, a
escrita pulsando
quente ao ver a
sombra das flores
Será um Luto?
chegar em casa,
o solo fértil que
recebe o sol de toda gente em luto
qual invenção de Doentes-ofuscados na
irradiação
surge o Inaugural
abrigo
abaixo, um olho mágico
atento, enterrado
elo
dos seres mínimos
Nenhum comentário:
Postar um comentário