sexta-feira, 21 de julho de 2017
Sobre a descoberta do aliterar ser pôr do sol
(A Adiron Marcos)
como que acariciando o inferno
girando no O
sempiterno desde a etimologia das Tags
fui no horizonte nada valia de mim
e falando o nada que ventrilocava
deixei quase um botão na fonte
mas a água parecia escura
e os sorrisos altamente roxos
as mãos se repeliam
Vida futura, quem criar-te vai?
acariciando o inferno
trago o buquê de vermes
para quê dormirmos alegres?
se a rima é breve
sete vezes o gosto
o sopro alitera a co
r do instante ainda
quarta-feira, 19 de julho de 2017
Cidade Maravilhosa 2.0
Cena 25. Uma mulher segura um espelho em frente ao rosto. O espelho não mostra nada.
Catete, segunda-feira, 23hs
Gustavo entrou no quarto
Dentro : estação central |19|
Ele acabava de chegar do escritório
De Rafaela
Minha mãe perdeu a bolsa
Ela estava chorando
Também houve |157| quem dissesse
Sobre mães perderem filhos
Seu rosto borrado por cada lágrima
Fraturou o pé, mas escondia
Eu perdi meu |1| caminho
Quando passo em falso dei
Marley, o cachorro, cheirava a dona
2016 é o ano da lua
Ele me disse ao levar minha carteira
Gustavo estava cansado
Perguntou o que acontecera
Ela não respondia
O caminho é caco/ sombra por cima do pó/ maquilagem sobre chorume/ o caminho é seiva bruta/ mas há quem diga |16|que é furto/ estranho
Meu fruto é o filho perdido/ fio imaginado enquanto dormia/ só que invadiram a minha casa/abriram minha geladeira...
Meu filho foi rosto derramado/ penetrado/ Meu filho- sangue, gelatina incolor- não veio/ Meu filho não veio/ Meu filho é um meio-caminho
terça-feira, 18 de julho de 2017
Cantos / em memória de CDA/
Ao Adiron Marcos
1.
Enxárcia se tinge, se embre-
nha na ponta do cais.
O neurônio refletido age
sobre a raiz das Crescências.
Com Chave de minério, poente,
sem perder a paciência,
trava o ato de prendê-la.
Fosse o dia nascido num curral
:
2.
Sem paredes e referentes humanos
Sem os quadros históricos d’antes
A longínqua fechadura da voz
Não saberia dizer se a casa existiu.
O percalço da noite
vem somando timbres.
De raridade às ruas,
de ruas a densos nadas.
O rosto espelhado da gente
sofre sobre a superfície tonal.
:
3.
Guarda a mulher, a colheita do trigo
O trajeto do papiro, redes...
vozes entre cômodos___________
O vértice, lugar desabitado,
esquecido e enxugado entre dedos.
No solo rubro, vermes compõem
o futuro saboroso fruto
Os pés reintegram-se à cor
das mariposas, em silêncio, acontecidas.
:
4.
Tanto as uvas partidas
quanto o bolor dos fatos
)noite(
Se condenam a traduções estranhas
Mas tais frutos correm nas v(e)ias.
A cidade composta de fardos
Traz mudez aos olhos suspensos.
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