quarta-feira, 29 de janeiro de 2020
Écfrase de "Sun'', Max Ernst (1891-1976)
Login-out ou encontro
1.
Te apressa, o chão se rompe
e o espelho também
É necessário saber que os dias
tais como são /falência/
se afirmam lindos
2.
Será? Delírio áspero ou falso
filete de tempo: um homem nascendo
na curva do Sol...
3.
A vida é para sempre /crescente/
e a poeta toca o escalavrado
apagamento de nós
4.
Queres prever o momento /semente/
no qual a clara radioatividade
se extinguirá com os urubus
5.
Hoje, visitaremos nesta janela /paz/
transfigurados corpos celestes
tangara fastuosa
libertos do peso do mundo
6.
Ouro e prata fundidos /carne/
a desprevenida visão sanguínea
Réstia da Noite-soprO em que nascemos
terça-feira, 21 de janeiro de 2020
Refazedouro blue
Recriação ecfrástica do quadro ''O mensageiro do outono'', Paul Klee (1922)
Não concebemos a noite quando nascemos
Verde ausculta o verde
Quero te ver, dia
Não conceber o verde não era nosso tema
A noite nasceu sem nos ver
Verdes , florescemos ontem
Acordar foi sempre construir a ponte
Quero te ver, dia
Convocar nossos quadrados a tingirem muros em cor de mundo
Frutos e Remodelar o quadro até
Reduzir sete mundos em um
Todos caçando a dança
Quero te ver
Por um desastre se envergando
de Nem tanto assim
Alvo e Seta que se ofertam
Nas estações azuis
Vagarosas do instante
Te ver
Sob o guarda-chuva do filme
Amigos completos
Verde ausculta o verde
Ver
Que volvem os rostos
No conceber da noite
Tal como o plano do
V------ento traz
segunda-feira, 20 de janeiro de 2020
Espantoso Trato
Inspiração Ecfrástica de "Cape Cod Morning", Edward Hooper (1950)
À janela, embora aqui,
pelo menos, são detalhes
diminuídos ao nosso olhar
Pelo menos, não deixamos o tempo
ser o mesmo: crescemos com os galhos
Se não soubemos o que viver
Tudo começaria de novo
Como sábias notas de Sol
levantariam nossa (quase eterna)
perna direita
Embalar o tempo de perdas
Permanece sendo
A venturosa estrada
Longínquos teares tocados
Recolhimento é a frágil decisão
Mais terna e jaz
Entre os braços,
Em mar aberto e
No canto sumário
de nossas unidades.
sexta-feira, 17 de janeiro de 2020
< Compenetrado olhar do Abismo>
inspirado em "O veado ferido", Frida Kahlo (1946)
A meta do veado alvejado
é ser mutação e desova
desencarne das flechas
numa ação Cor de Ouro
Não há beleza nem altura maior
do que suas Quatro pernas abertas
empostadas no caminho
galopando o idílico desconhecido
Ressurgindo...
Ele comporta o peso (é)
depois mais nada:
leve e sereno pu(lu)lar de páginas
Como se a chuva
__________________ se expandindo
e toda gota lavando
a dureza da fibra na Cabeça
A ferida na vida
Pausa de quem recebeu Nove
flechas rasteiras cravadas
na carcaça mais fina
gritante e certa
que pudemos
V E R
Desabo-cantos
Preciso participar do barulho do mundo
Mas Só quero silêncio
os sons que se multiplicam na sala
as músicas que já conhecemos...
Somos tão jovens, meu bem,
estou cansada disso
Lembrar, não será mais pelo verbo
O som, meu corpo faz
Dan(ç)a quando está parado
Eu não devia mais
ter de ouvir
"o acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído"
Eu devia só não me dever
Sendo pura e simplesmente
,habitando o eco interior,
,distinto e uno,
não há complicações
e nem remédios a quem lembrar de tomar
A vida é como é
a alegria é esquecer do que não precisamos mais
Vejo a floresta no meu coração
a notícia disse de novo que ela
está cada vez mais próxima de ser extinta
se ela sumir, se eu sumir
se nós sumirmos
Eu não viveria mais o passado
e eu sonharia
lá longe silenCIOsamente
perdê-lo
de novo
nunca mais
Preciso participar do barulho do mundo
Mas Só quero silêncio
os sons que se multiplicam na sala
as músicas que já conhecemos...
Somos tão jovens, meu bem,
estou cansada disso
Lembrar, não será mais pelo verbo
O som, meu corpo faz
Dan(ç)a quando está parado
Eu não devia mais
ter de ouvir
"o acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído"
Eu devia só não me dever
Sendo pura e simplesmente
,habitando o eco interior,
,distinto e uno,
não há complicações
e nem remédios a quem lembrar de tomar
A vida é como é
a alegria é esquecer do que não precisamos mais
Vejo a floresta no meu coração
a notícia disse de novo que ela
está cada vez mais próxima de ser extinta
se ela sumir, se eu sumir
se nós sumirmos
Eu não viveria mais o passado
e eu sonharia
lá longe silenCIOsamente
perdê-lo
de novo
nunca mais