terça-feira, 29 de agosto de 2017


Ária Sulla Pindoramá (Parceria com Adiron Marcos)

Hoje acordei sonhando que era mito
de corpo e voz a dizer entredanças
"vááá Luciaaanerenê livrar as nuvens
das tubas escondidas nelas
porque não há mais que Temer

e já Passou vendaval das casas
e suas pequenas histórias, os casos
de meninos correndo Nus
e doces feitos com ácido
(depois uma velha na esquina
ligava as chaminés do tarô
e via nos vagões da central
as palmas se Avermelhando)"___________

meu Deus meu Deus deixe Não
que eu me esqueça essa Terra
onde cantou Sabiá...


Mombaças(Escrito em parceria com Adiron Marcos)




Mundo é esse longo pernoite das horas
que passam fora das janelas
enquanto a gente engole as nuvens
cá dentro, num gesto Fosco_____

como um saci
que de repente acordasse com cinquenta pernas
e por isso mesmo
não sai mais do lugar.

O sol(quando amanhece)
é flor Margurosa,
sobram mombaças
do Cirandeiro perdido
que fomos eu e você, muleques descalços,
felizes por não saber
que Itabira era um planeta enorme.



Anotações Tobudas(Escrito em parceria com Adiron Marcos)

Intonces
vi os anjos das cidades Pálidas
tocharem fogo nas últimas bibliotecas,

anti-reza longínqua ver aquele sertanejo
que atura o seco diabo o dia todo
no funduréu de catende e só deseja ela chuva____

Qualquer garrancho de água
é imbó de mor melhorança
na terra cansada de Seco
e de perdizes surrupiantes
passando no jornal das oito:

redoxon sem bula é menos sério
que dez colheres de tonofosfã em 1940
sem prévia receita??

As orações batem na porta da Fome
e pedem âmnio café nas estações de bangu,
grapiúna e gramacho____

aqui palhaços manjam dos astros
e são amigos dos serafins, os mesmos
que apagaram a luz
de empós tocharem fogo nas bibliotecas das cidades Pálidas, sem valselhim
nem Retorno.


Poemetcho(Escrito em parceria com Adiron Marcos)

Adorando a moça(vizinha, cantora)
e sua voz que me atravessa
paredes.

Porque ela voz
junto aos gambitos
das gotas de chuva(solavancos de móveis
lá em cima no céu Ponteando)
é boi g'rantido de Medicina____

e esqueço que entre o "projeto"
e o "protejo"
existe um fio. Então Inspiro: as árvores,
no quintal. De Volta.


Estudo levemente acordado(Escrito em parceria com Adiron Marcos)

Visões da amanhecida Hora:
são dígrafos, dípticos de móres sóis Gêmeos.

Refaço um quadro de onde saem pássaros
juntando búzios pro fim do Tempo_____

mas é mourejo
de um olhar querente de estudos
dentro da chuva,
e a possível lágrima
brotasse, da mesma nuvem____

um todo Ar, ou bem-estar de céu:
e duas árvores Abraçarantes
naquele bosque Futuro.


Umas Dóbroras(Musguilho, pra berimbau e fagote. Escrito em parceria com Adiron Marcos)

Num qualquer lugarejo
ali entre ele fim de Nova Iguaçu
e o armário de capotes da órbita de Ganimedes -
revogados todos os asteróides em Contrário -

uma flor no olho. No outro:
galho d'árvore bêbada, criança feita
unicamente de notas musicais.

Mas você vê dois girafantes que trampam na Uruguaiana
conversarem, e apanha um ângulo do colóquio
como quem segura a nuvem
que passaVai_____

"eu até podia adiarantar aquele cascalho,
mas seu pobréma é anoitecer bem Rápido",

e a vida: andária assim brujão-Caranguejo,
faltando peixes na cesta e dona Rita
errando por dois centímetros o arremesso do iogurte,
que afinal era cordélia Estragada:

o guarda munícipe do outro lado da praça
sendo INCAPAAAAZ de medir a Infinitude
daquele arremesso.

___A poça rosa é Toda um cu,
daqueles de Umbigo.


Rondó Antigo(Parceria com Adiron Marcos)


Deus que te fizeste em Flor: respirandamos
porque também te fizeste História, com
Jequitibás e Paus-de-Ser
cujos quinhentos braços
Enlaçam desde entonces
pajés amigos e inimigos
...
Deus que os homens calam em solo enterro
embaixo dos cimentos:
passamos por entre
Fogos_____
e_____Infernos
pra te arranchar em nosso infante peito.

Por entre Fiordes____
e_____Invernos
de Lesa-Corpus
víamos as próprias árvores fugirem em pânico,
temendo cauda e saltério da Antiga Serpente,
que antes de vir o Tempo
Arrastapeou um terço das estrelas do céu...
...
Deus de flores e ventos,
nós partíamos de guarânias, sem um estancar____
e teus tentáculos açambarcaram sopro de Vida em nós,
milhões de Abraçaramentos_____

e respiramos, enfim, ares de Flor
ares de Com e Por
ressurgentes de-Nós,
novamente achados Filhos e Crias
em devir-Essência.


Canção do Nada e Depois(Parceria com Adiron Marcos)

Minh'alma canta
todo o Nada. Mas agradeço ao anjo
que me sentou no degrau do ônibus, ainda que longe
de Minas e dos carros-de-boi.

Pra refazer o Trabalho
não cabe Endurecer os compassos, mas DES-semear os asfaltos,
jacintos
do Capiroto. Oh rosas - de Todos os ventos - procurem sabedoria
no Jongo dos girassóis, inda que os mares Gurgitem
restôlhos de caravelas tentando nos por Medrôncios.

Oh vós que de Emaús escutarem os Concertos
não tranquem as portas ao Hóspede que lhes acena Abraço,
inda que os deuses do mundo
ofereçam a Prontidão da MÁ-quina, junto dos cavalanos
que um dia soterraram Teerã____

Pois apesar de o "resumo" a cada um Caber
nesta canção propomos Flor e Mistério
e vocalizes Cantáricos
de Jardinezes Abertos.



Ofício de Trevas, n. 1(Parceria com Adiron Marcos)

Matar lagartas colororidas na chuvarôa
e depois ter aflição de si-Mesmo:
até nerém carecia
haver poema na mesa, mas vire à direita em cem metros
quando a avenida acabar de assoar o nariz,
onde inda ontem mesmo existria
um pau-brasil respirando.

Mas como sempre - desque os bisões
tomaram Manhattan -
eu pus na cara a maquiagem Carnégira
de posseiro Insípido do aquário-rim-Solidão_____

dias onde Sempre fui órfão
e nunca subi de mim
como talvez as tardes em Itapoã. Talvez.

Mas esse o pai. Filho das horas,
e dos NÃO-espetáculos. A chuva
pode molhar o olho. E seus pés tortos
de oficina Irritada onde há demora de meses
pra se ingerir um pedaço de Coisa.

Mas ver a vida sendo mais que pau de Fulô
requer sorrisos, e guarda-chuvas.

E que vejas Somenos nos quadros
em que anões matam lagartas Listradas
com uma tonelada de bigornas,
e fogos de dragorões
pueris. Lembrar: a chuva
pode molhar
o olho.


Cantilerena(Parceria com Adiron Marcos)

Manhãgangária, Ribômboa:
acordo assim ver prestação chorada, lagoa escura
isso de ver na subida
que nenhum monstro emergiu de-Noite
pra machadar as pernas do planeta-navio____

libélula batendo os pinos
na janela Implacável, e desdantôntem
perdi meu lugar na chave.

Olho pralém a tempo de ver passar
a malta no pasto-Asfalto
manietando o avô colocador de pronomes,
cabaram-se as vagas todas
em cima dos Jabutis:

agora mais que Nantanhos
o tempo é de homens proferidores
de arvorências Partidas,

cada naco de légua
são ruas desmemoriadas,
palantins de um Sisterema-Charuto
que o Capiroto acende lampêro
com dedo torto_____

ribomboamento de Elérias - aladas -
ripando todas as Tróias.


Desbacorêjo(Parceria com Adiron Marcos)

Roseiras dando-se as mãos,
sangue em réstias de composições:
o olhar cúmplice Maniqueneia cem pássaros
às prateleiras do céu_____

vem ordem dos Três cá pra baixo,
esquecer as vírgulas e transformar em AVES
os últimos vagões de bauxita
vestidos com as mesmas roupas de quando
os bandeirantes fundaram brejo da cruz
sobre carcaças e centenas de flechas -
onde não cabe
o espaço de um sol____

continuamos perdendo em comida
enquanto Crescem eletricidades com pés gigantescos,
cabelão 'sgadanhado, olheiras pêlos
pra Fora:

brotam delas Cagarras a besta de sete chifres
com três erínias em cima, Nenhum sinal
da volta do filho pródigo.

domingo, 20 de agosto de 2017



Instante gerado do ventre-ocaso

(vertente de Tango qualquer)

Ao Adiron Marcos



Saímos duma feira de pedras

Rolavam gritos pela boca dos canudos

Nós de moscadas

Boda dos quinze com Pais pisando pés

E tinta pingando em cada mãe

Olhos no espetáculo culo do aspecto setentrional da bola

Rolando

Matizes de mesas com famílias intocáveis

Não se comunicam pelos feitos de pós

Peças que se apagam

numa rede de um Shopping

Passeio que foi numa mesa de sinuca

Enquanto Tvs ladravam Universais Discórdias

E Diógenes afagava um cão na borda do mato com a esquina da Pessoa

Dias em desgosto indiferentes aos Três séculos mais dois meses

De cabelos negros tolhidos

Escravos salvos pela remissão bíblica

Suspiro de víboras dançantes

-Você não pode perder!

Em...oh poema VOCÊ não sumiu

E agradecimentos de Pontes

Missas que atravess______am Eras sem alimentar nossos Cãezinhos

Pontos de sujeira do chão avermelhando a coxa

Rachados os tímpanos

Queremos quebrar o espelho

e tocar no véu

"Mas o gentio não sabe do mal mais que a metade"- dizem

Célticos vigentes na hora de dormir

Nossas cucas no lago

do Sítio do Pica-Pau Amarelo

Exatamente onde não 'tava escrito

sexta-feira, 18 de agosto de 2017



Cantos do caixão fantástico
para o passarinho no bueiro

(Ao Adiron Marcos)




Nunca é tararde!

No meu fenomenal cérebro
Cheio
A missa despontaruda sai de sapatos oni-impotentes
Das mais bestas surras entre as traças e os meninotes da fonte
São Imagens onde nossa criança
Pulsa
Da mesma forma que o céu desaba
Quando a pele morta revela o vermelho
Assim mesmo do jeito que as 4 horas perdidas nunca chegaram ao valor de 1 hora de vida
Tal como gosmas pintadas de asco
Nos muros da Casa do Mago
Entre o cabelo e o Seja
Dentro das lagartas mortas
Nosso sangue tem sido carregado pelas sunturrosas mosquitas
No bosque anencéfalo
A energia do embrião vibra
Pela Musa e as patotas dos pés
Por sortilégios esquecidos
Matrimônios de pólvora sob a superfície de nossas cinzas
- sapecas do mundo